"Foi Deus!", diz A Bola. Mas eu dei-me ao trabalho de confirmar e constatei que o árbitro do jogo Estoril-Instituição (1--2), no Estádio Algarve, é mais conhecido pelo nome de Hélio Santos. A não ser que tenha outro apelido, igual ao do Altíssimo - ou que este tenha descido àquele relvado em estado gasoso, incolor e inodoro, como os gases nobres a cuja família pertence o hélio. Se assim foi, falta agora saber se José Veiga, director de futebol da Instituição, também se chamará Espírito Santo. E se Cristo será outro apelido de António Figueiredo, administrador da SAD do Estoril, precisamente o clube que aceitou a "crucificação" da sua equipa de futebol, transferindo esta partida para Faro.
Vi o jogo Estoril-Instituição através da TVI, porventura o mais "devoto" dos canais da TQT (Televisão Que Temos), ainda sob o efeito que me tinha causa- do, horas antes, a audição da Missa Solemnis (em ré maior, opus 123) de Beethoven, durante a Festa da Música no CCB.
Devo ser fã do Ludwig Van! Talvez por isso, quando vi (a seguir ao 1-0) a equipa do Estoril reduzida a dez (1-1) e, depois, a nove jogadores (1-2), dei por mim a trautear instintivamente o Agnus Dei "Cordeiro de Deus, que nos redimes dos pecados do mundo, tem piedade de nós". Não, eu não estava sob o efeito do hélio. Era a equipa do Estoril que estava sob o efeito do Hélio Santos a cortá-la aos bocadinhos, como se estivesse a cozinhar um ensopado de borrego.
"Espero que o resultado não impeça a Instituição de ser campeã" - desejou Cristo, perdão, António Figueiredo, antes do jogo. E o Altíssimo foi todo ouvidos. Um título de campeão para a Instituição vale bem o sacrifício da descida do Estoril à Liga de Honra.
Ainda há quem saiba ver futebol em Portugal!!!
quarta-feira, 27 de abril de 2005
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