quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

Vergonha no futebol português!!!

- Em Braga, quando se viu derrotado, Nuno Gomes sugeriu por gesto explícito que os adversários estavam drogados. O País inteiro viu na televisão e percebeu a mensagem. Na Figueira da Foz, contra a Naval, Co Adriaanse terá exclamado para dentro do campo «é falta!», a propósito de uma jogada qualquer. Ninguém viu nem ouviu, excepto o árbitro. Nuno Gomes levou de castigo 450 euros de multa; Co Adriaanse levou dois jogos de suspensão.
- Que falta que têm feito este ano as cotoveladas do McCarthy! Desde que ele recolheu os cotovelos, já repararam que nunca mais houve uma cotovelada no futebol português? Anda tudo tão santinho que até um tipo dizer «é falta!» é considerado uma ofensa grave...
- Mas, à falta de cotovelos portistas, temos mãos. Uma abundância de mãos, de adversários benfiquistas. Uma sondagem da Euroteste revela que: nos últimos 30 jogos da Liga (o que abrange também a parte final do campeonato do ano passado), 90 por cento das mãos ou supostas mãos sancionadas dentro das áreas resultaram empenalties a favor do Benfica.
- O campeonato está na sua fase decisiva, em que quem se destacar agora tem todas as possibilidades de já não ser alcançado. Sábado joga-se o Benfica- Sporting, domingo o Rio Ave- FC Porto. Pois foi justamente nesta altura que a FPF engendrou um acontecimento chamado Torneio Vale do Tejo, em que a Selecção B de Portugal (uma coisa que nem sabíamos que existia) vai ter de defrontar, entre quarta e sexta-feira próximas, umas obscuras selecções do Leste. Convocados para este importantíssimo torneio estão quatro jogadores do Sporting, todos eles titulares habituais, e cinco do FC Porto, entre os quais o decisivo Ricardo Quaresma.Do Benfica... nenhum. Segundo explicou o seleccionador, oManuel Fernandes, por exemplo, «está debilitado fisicamente e nos próximos tempos nem sei se posso contar com ele». Será o mesmo Manuel Fernandes que, no sábado passado, jogou a partida inteira contra o Gil Vicente?
- Que torneio irão inventar na semana do Benfica-FC Porto — o Torneio Segunda Circular ou oTorneio Benfica Campeão?

segunda-feira, 16 de janeiro de 2006

Inveter o ciclo de vida JÁ!!!!

A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina.
Acho que o verdadeiro ciclo de vida está todo de trás para a frente.
Nós deveríamos morrer primeiro, para nos livrar logo disso.
Depois viver num lar de terceira idade, até ser corrido de lá para fora por estar muito novo.
Receber um relógio de ouro e ir trabalhar. Então trabalha-se 40 anos até ficar novo o suficiente para poder aproveitar sua reforma.
Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas prepara-se para a faculdade.
Depois você vai para o colégio, tem várias namoradas, torna-se criança, não tem nenhuma responsabilidade, torna-se um bebezinho de colo, volta para o útero da mãe e passa os últimos nove meses de vida flutuando...e termina tudo com um óptimo orgasmo !!! Não seria perfeito?

quarta-feira, 4 de janeiro de 2006

Um pouco sobre Cavaco...

'Se Cavaco fosse de direita - direita mesmo - talvez o homem merecesse um pouco mais de atenção. Mas a direita tem dado à pátria coisa pouco digna de respeito.'
'Cavaco é a direita de Boliqueime. Um misto de adoração a Nossa Senhora de Fátima, fé no euromilhões, peregrinação ao hipermercado e carro de alta cilindrada pago a prestações a armar em poupança'
'O cavaquismo deu a este povo a ideia do pelotão da frente, do crédito fácil, das obras faraónicas, dos ganhos na bolsa. A ideia de que tudo podia acontecer rápido, sem mácula, em ponto grande e com muitas assoalhadas. No fundo, ficámos todos mais endividados, mas com o rei na barriga'
'Com Cavaco, não esteve em causa, sequer, a discussão de uma ideia de futuro, a ideia de um País. A Europa nunca financiou ideias e as que por cá havia foram diligentemente votadas ao esquecimento em favor do crescimento e do «pogresso»'

Presidente - Treinador...

'Há metáforas que valem todo um programa. Na sua muito discutida entrevista ao Jornal de Notícias, Cavaco Silva utilizou a imagem desportiva do "treinador" para se referir ao papel do Presidente da República'
'Até agora, a referência consensual do papel presidencial entre nós era a de "árbitro" - também ela oriunda do foro desportivo -, sendo essa uma excelente representação do "poder moderador" do Presidente no nosso sitema constitucional. Neste contexto, a substituição da imagem do árbitro pela de treinador só pode ter o propósito deliberado de marcar uma substancial diferença de concepção do sentido e âmbito da intervenção presidencial. O árbitro é necessariamente exterior ao desempenho dos agentes do "jogo político", competindo-lhe designadamente regular de forma imparcial, super partes, as relações entre eles (designadamente a maioria e as oposições) e sancionar os seus excessos. O treinador é quem forma a equipa, quem a orienta, quem define a sua estratégia e dispõe sobre a sua táctica em cada momento. Nada mais diferente do que esses dois papéis. A principal diferença é que o árbitro não joga nem toma partido'
'O que porém fica claro é que na metáfora do "treinador" cabe tudo e mais alguma coisa. E, por menos exuberante que seja o treinador, a sua vocação natural é mandar na "equipa", ou seja, no Governo. O facto de tal concepção não ter o mínimo apoio constitucinal (pelo contrário) não parece apoquentar os defensores dessa tese. Pretendendo legitimar esse entendimento extremista dos poderes presidenciais, os seus autores atacam a posição dos que supostamente defendem que o Presidente "nada pode fazer", num maniqueísmo que tem tanto de errado como de demagógico e populista, jogando subliminarmente com o suposto "senso comum" de que o Presidente tem de "mandar alguma coisa"'
'É por isso que a figura do Presidente assenta essencialmente na confiança que o eleito possa inspirar quanto ao respeito pelas normas e pelos princípios que regem a função presidencial, onde não cabe de modo algum a figura do "Presidente-treinador". Do que se precisa em Belém é de um Presidente-garante e não de um Presidente-governante.
Transparesse que há candidatos que se julgam em eleições substancialmente diferentes...